19 de out. de 2020

O ESPANTO QUE NÃO PARALISA

 E LÁ SE VÃO ONZE ANOS


            Na trajetória do DI VERSOS - Arte Poética Singular, também podemos ver a demonstração do aspecto impermanente da vida.. Chegamoa ao final do ano de 2020 completando 11 anos de trajetória na qual foram muitas as composições, formatos, níveis de intensidade de ações e dinâmica relacional. Assim, vale ressaltar alguns dos nomes daqueles que fizeram parte dele. Algumas das pessoas que o compunham em sua formação inicial foram  Eugênia Galef , Nanda Leturiondo e Juliana Machado. Mais tarde, deixaram de fazer parte ativa nos seus ensaios e apresetações Esher Blanco e Sarah Carneiro Oliveira. Vale ressaltar que com Esther se ia o nosso sotaque espanhol. A presença feminina sempre foi mais marcante, embora por ele tenham passado Runa e Alexandre Carvalho (que passou a se dedicar ao trabalho como o palhaço Varapau). Algum tempo depois, foi o momento de se afastarem Verusa Silveira e Eurídice Macedo. Verusa seguiu como chinesa dobrando as esquinas. Quanto a Eurídice, o  DI VERSOS não se furtou a aceitar o convite feito por ela no momento em que ela lançou o seu primeiro livro  e se apresentou durante o lançamento de"A intimidade da Monalisa". O último representante masculino a compor o grupo foi Luciano Santana. Luciano veio disposto a ficar e nos tem trazido sempre a lembrança da necessidade de mantermos vivos o desejo de personalização singular da palavra escrita e o elo de afetividade que ela representa, como se fôssemos fonemas expressos em letras cursivas. 

         Neste difícil ano de 2020, reafirmando mais fortemente a imprevisibilidade dos acontecimentos, surgiu o advento da Covid 19 , e isso nos mobilizou a estabelecermos uma rotina de ensaiors virtuais e  despertou o nosso interesse em 3 possiibilidades de propostas de recitais: com poemas de cunho marcadamente político - extremamente necessário -, com letras de músicas e com a produção poética de indígenas. Mais recente foi manifesto o desejo de realizarmos uma apresentação com os poemas mencionados no livro "PROSAC - Letras em cápsula", lançado por uma das integrantes iniciais no mês denominado "Setembro Amarelo da Pandemia". Não importa quando nem qual deles apresentaremos primeiro, seguimos movidos pelo espanto e buscando fortalecer a nosaa capacidade de adaptação a novas situações. Assim, cabe encerrar o registro desse processo com um dos poemas de sua autoria:


Certo sobre o incerto
Vences o asco e sorves
A lama dos teus limites até
Abarcar a alma dos teus desejos
Julgas ser necessário
Apenas mover a manivela.
 
Vê, a roda gira sobre ti.
Acorda! Contempla tuas mãos.

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