19 de out. de 2012

AGORA SOMOS DI-VERSOS



     A despeito do que já preconiza o movimento denominado Gestalt no início do séc. XX, a nossa intuição está constantemente  nos apontando para os  sinais que evidenciam a natureza mágica da interação  entre as coisas desse  mundo.  A própria  Física  Quântica desvelou alguns desses aspectos imateriais da  realidade. Assim, se a sinergia  que se  estabelece  no contato  entre simples objetos pode se registrada cientificamente, o que dizer daquela que se cristaliza entre humanos que são aproximados por elos de identidade, semelhança de propósitos, visão de  mundo e  sensibilidade?   

Elos dessa  natureza  uniram o grupo de pessoas  que, há 4 anos, passou a se denominar Escola Lucinda de Poesia Viva - Salvador. Desde então, nos reunimos  semanalmente para estudar,  e nos deliciar, com a arte poética e a possibilidade de nos decifrar e revelar através dela. Belos recitais como os de título "É Tempo de Marear", "Aviso da Lua Que Menstrua", "Canto Quase Gregoriano", "Recital do Semelhante ou A Fúria da Beleza" e "De Canções e Passarinhos" foram fruto dessa mística relação. 
     
     Tal qual na vida, o percurso nunca foi linear. Houve percalços iniciais necessário para superar a lei da inércia e estabelecer mais claramente os  princípios de  diferenciação  e identidade e várias foram as pedras pelo caminho trilhado. Mas cada empecilho, cada tropeço, reforçou os laços, purificou as águas dos rios que nos levavam.  O que somos hoje é fruto de todos esses aspectos os quais não nos cabe classificar maniqueisticamente de bom ou mal. Vamos sempre sentir a contribuição e falta de Fernanda Neturionto, Martha Alencar, Mazé, Eugênia Galeff, Carlos Gregório, Juliana Brasil, Eshter Blanco, Mara Vanessa - em especial - e de outros tantos, embora  saibamos que um pouco de cada um deles permanece conosco não só no registro histórico como na impressão carimbada em nossos  corações.